segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Stormy waters...





Dizem que os livros são importantes. Para os outros. Não para mim.

Conto pelos dedos os livros que li. A maior parte obrigado, outros por obrigação e poucos por gosto.  

Que querem, sou mesmo assim. É, sem dúvida, uma falha grave na minha formação. Talvez liamba a mais a cercear-me os meandros mentais quando era jovem.

Mas descobri uma coisa importante junto dos leitores/intelectuais de serviço: geralmente quem muito lê pouco acerta.

Quem lê muito, ao contrário do que pode parecer, não se torna melhor pessoa. Fecha-se num egoísmo estéril do seu deleite pessoal.

Não há nenhum devorador de livros que eu conheça que não seja assim.

Confundem a ficção com a realidade. Tomam os livros pela vida. Isolam-se dos sentidos.

A vida não são folhas escritas. Quanto muito páginas em branco que vamos escrevendo.

Enquanto temos tinta.

Já a música é outra coisa.

Poderia viver sem livros mas sem música estaria meio-vivo.

Na verdade, se alguma coisa me salva da loucura é a música.

Parto do princípio, portanto, bastante duvidoso, que não sou doido.

E aproveito para ir cruzando águas tempestuosas.

Até reencontrar o meu porto-de-abrigo, a minha casa. Ou morrer tentando, naufragado.






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