Era pelas tuas mãos que nascia o meu tacto.
Era pelos teus lábios que nascia a minha voz.
E renascia.
Era no toque e no som que me fragmentava e dissolvia, sem poder fazer nada ou contrariar essa certeza.
Era eu em mil pedaços na galáxia mais distante e em constante movimento orientado apenas pelo brilho transcendente dos teus olhos, reagrupando-me nas nebulosas, fazendo a história sinuosa de mundos em formação.
E renascia.
Era como se o destino, finalmente magnânimo, me tivesse trazido até ti - Se acreditasse no destino, teria sido assim -.
Era um segredo inimaginável que bebia aos poucos, sôfrego e sequioso, na tua pele.
E renascia.
Coisas tão simples como inexplicáveis, como deve ser o amor.
Agora, os mil pedaços dispersos no vazio e sem poder esquecer, renascem mil pedaços de saudade a cada dia.