quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Um dia...

Um dia interrompo o andar.
Deixo a meio esta viagem.
Talvez me sente numa pedra na beira do caminho e fique por aí.
Ocasionalmente reparando na forma das nuvens, tentando descobrir onde te escondes.
Vendo germinar nas minhas mãos, com as primeiras chuvas, as sementes que pensei secas e inférteis, esquecidas em tempos de abundância.
Falta-me a música para acompanhar o ritmo da minha imobilidade escolhida.
Pensando bem, falta-me tanta coisa...
Umas mais importantes que outras. 
Estabeleço mentalmente uma escala de hierarquia da necessidade e importância das coisas que deixarei para trás.
A lista é curta. 
Mas de tudo o que me faltará e consta da lista, salvaguardando prováveis esquecimentos, o que me fará mais falta é o canto do teu olhar.
Não sei porque é que as coisas têm de ser assim. Mas são.
E nem uma retrospectiva, estilo prognose póstuma de Frank, me dará a resposta que preciso.
Talvez precise de um acto de fé.
É, hoje sinto-me assim...

1 comentário:

Anónimo disse...

Voce escreve muito bem.O que eu mais gostei foi da parte da frase...o que me fara mais falta é o canto do teu olhar