terça-feira, 29 de outubro de 2013

Negação





Há muitos mundos, muitas vidas, muitos vazios e muitas mortes.

A cada dia que passa, cruzam-se invólucros que respiram, ávidos do que pensam ter-lhes sido negado, o olhar perscrutando o sentir, cobertos das folhas quase secas de um outono perene.

E saem e dançam, danças macabras obsoletas, e bebem um copo com amigos, erguendo a taça do desespero mascarado da alegria externa e falsa de pensarem ser esse o seu destino que os fará felizes.

Hoje as pessoas têm medo. Medo de viver, de se entregarem, de se revelarem, vivendo nas e das suas patológicas mentiras.

A intimidade das almas foi substituída pela ideia da falsa intimidade dos corpos.

Há muitos vazios e muitas mortes.

Vamos negando a nós próprios a felicidade.



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